sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Sinais de crise: você vai pagar a conta?

Demissões, aumento das tarifas e cortes no Orçamento fazem parte do receituário de Dilma, Aécio ou Marina para 2015


Você chega em casa após o trabalho e liga a televisão no jornal da noite. Em tom sério, a jornalista diz que o país está parando. Informa a nova previsão do governo e do mercado para o crescimento do PIB este ano. Uma seta aponta para baixo: era 2,5%, aí passou para 2% e agora é de 1%.
O PIB (Produto Interno Bruto) é a soma dos valores de tudo aquilo que o país produz em determinado período. Entra nessa conta tudo que é produzido em termos de mercadorias e também serviços e comércio. Uma previsão divulgada pelo próprio Banco Central aponta uma queda nesse segundo trimestre de 2014, reforçando a ideia de paralisia da economia. Sinal de que uma recessão vem por aí. Mas qual o problema nisso? A geração de empregos com carteira assinada diminui, como em junho. A crise, que já atinge a indústria, começa a se espalhar para os outros setores, chegando até na construção civil, que teve forte crescimento no último período. Como sempre, sobra para os trabalhadores.
Demissões já começaram
Há algum tempo, a indústria vem capengando e, em junho, a produção industrial teve a pior queda desde setembro de 2009. As empresas, para protegerem seus lucros, demitem. Em São Paulo,  prevê-se para este ano o fechamento de cerca de 100 mil postos de trabalho. Para se ter uma ideia, é mais que nos anos de 2012 e 2013, quando 88 mil empregos foram extintos.

Roberta*, de 25 anos, sentiu na pele os efeitos disso. Operária de uma empresa de plástico da região de Osasco (SP), com cerca de 800 funcionários, ela foi chamada pela sua chefe quando terminava seu turno no dia 5 de agosto. “Ela chegou e disse que, como a gente podia perceber, a produção tinha caído muito, e que por conta disso teria que demitir funcionários”, conta.
Ela e mais duas funcionárias que tinham contrato temporário foram dispensadas naquele dia, mas a empresa já vinha cortando funcionários efetivos e transferindo outros. “Já havia um clima de demissão na empresa. No meu setor, por exemplo, de dez linhas só ficou rodando três, muitos efetivos já tinham sido transferidos para outra planta”, relata.
A mesma indústria que está demitindo é um dos setores que mais se beneficiaram com a política de isenções do governo Dilma. Entre 2010 e 2014, se deixou de arrecadar nada menos que R$ 15,5 bilhões.
Isso mostra como essa política econômica privilegia os empresários. Quando a economia cresce, eles se beneficiam com isenções e subsídios. Na hora que vem a crise, demitem e cortam direitos para manterem a mesma lucratividade.
*nome fictício
Depois das eleições, novos aumentos

Eles não dizem, mas uma das primeiras coisas que Dilma, Aécio ou Marina farão quando sentarem na cadeira de presidente será assinar um tarifaço. Está dado que qualquer um desses eventuais presidentes aumentará o preço da gasolina e da energia elétrica, além de impor um corte drástico nas contas públicas.
A Petrobras, cuja maior parte dos acionistas é formada por investidores estrangeiros, exige um reajuste no preço do combustível. Dilma, porém, temendo um desgaste maior ao que já vem sofrendo, resolveu segurar esse aumento até as eleições. Mas, em 2015, ele virá, seja quem dos três principais candidatos for eleito. Com o aumento da gasolina, a inflação geral aumenta, inclusive a tarifa de ônibus.
 A mesma coisa acontece com a energia elétrica. O governo acabou de articular um empréstimo bilionário às distribuidoras de energia que, totalizando com um empréstimo anterior, dá mais de R$ 11 bilhões. Trata-se de um pacote de ajuda que é um verdadeiro presente de pai para filho. O problema é que quem paga essa conta é a população. Para cobrir essa ajuda, prevê-se um aumento na conta de luz no ano que vem que pode chegar a 24% segundo analistas.
Essa conta eu não pago!
Demissões e tarifaço são reflexos de uma política econômica que privilegia os lucros das grandes empresas. Só é possível combater isso rompendo com essa política e atacando os interesses dos empresários. É preciso proibir as demissões, estatizando as empresas que se beneficiaram com isenções e que insistam em fechar postos de trabalho. Da mesma forma, é necessário reestatizar o setor elétrico e a Petrobras. Seria possível, com isso, não só impedir um novo aumento como reduzir e subsidiar as tarifas para a população, tirando do que hoje vai como lucro para os investidores privados.

Publicado no Opinião Socialista nº 484

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Os sinais da terceira Intifada

Cresce a resistência palestina contra Israel e as direções conciliadoras nos territórios ocupados

 Núcleo Árabe do PSTU
O novo capítulo da limpeza étnica do povo palestino pelo Estado de Israel está gerando uma reação sem precedentes desde o fim da segunda Intifada (‘levante’ em árabe) dentro de toda a Palestina ocupada.
Para além da resistência heroica vinda de Gaza, através de foguetes mais potentes e ações em terra, as mobilizações na Cisjordânia, Jerusalém Oriental e também nos territórios ocupados pelo estado de Israel desde 1948 apontam para uma terceira Intifada.
25 mil nas ruas 
Na noite de 24 de julho e durante o dia seguinte, 25 mil palestinos foram às ruas na Cisjordânia. O canto mais popular entre a juventude é “Oh Qassam, Oh habib, Bombardeie Tel-Aviv”, o que mostra uma moral alta e combativa (Ezzedine al-Qassam é o nome das brigadas militares do Hamas, responsável pela maioria dos foguetes lançados contra áreas ocupadas por Israel desde 1948).

A principal manifestação reuniu 10 mil pessoas em Qalandia (vila entre Ramallah e Jerusalém que abarca um campo de refugiados palestinos e também o mais importante checkpoint do exército israelense). O exército israelense abriu fogo contra os manifestantes, assassinando cinco palestinos. Em outras cidades também houve mortes. Dois manifestantes foram assassinados em Hawara, perto de Nablus, e outros três em Beit Omar, próximo a Al Khalil (Hebron).
Mustapha Barghouti, deputado palestino e secretário-geral da Iniciativa Nacional Palestina, afirmou que foi a maior manifestação palestina em toda a história da Cisjordânia. Essa mobilização foi precedida por mobilizações quase diárias desde o assassinato do jovem palestino Mohammad Abu Khdeir, queimado vivo em Jerusalém por três jovens sionistas, e dos bombardeios contra Gaza, que foram seguidos por invasão terrestre.
O jornalista palestino Ahmad Melhem, em reportagem para o site Al-Monitor, descreve que nos dias 11 e 12 de julho houve manifestações que foram reprimidas pelas forças israelenses em 30 cidades e vilas palestinas, tanto na Cisjordânia como em Jerusalém e nos territórios ocupados em 1948. Os confrontos foram particularmente violentos em Belém, Al Khalil, Jerusalém e Ramallah. O famigerado checkpoint em Qalandia foi atacado com pedras e coquetéis molotov, levando à sua tomada pelos manifestantes por um curto período.
Nos territórios ocupados em 1948, as primeiras manifestações foram na Galiléia, com confrontos com a polícia israelense em Nazareth, Arara, Umm al-Fahem, Taybeh e Qalanswa. A polícia usou gás lacrimogêneo e balas de borracha enquanto manifestantes queimavam pneus e cantavam em árabe “o povo quer o fim de Israel”. Na sequência, as manifestações se alastraram para outras cidades e vilas palestinas, como Haifa e Jaffa, e no Naqab (Neguev).
Uma nova liderança é necessária
Ainda segundo Ahmad Melhem, nenhuma das organizações tradicionais palestinas convoca ou lidera as manifestações.

Já a Autoridade Palestina cumpre o triste papel de colocar a polícia palestina próxima aos checkpoints israelenses para protegê-los dos manifestantes, e também de reprimir as manifestações. Em Al-Khalil, Jenin, Nablus e Ramallah, a polícia palestina dispersou manifestações violentamente.
A posição colaboracionista da Autoridade Palestina, e a omissão das diversas organizações da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) tem ampliado a popularidade do Hamas e da Jihad Islâmica. Mas, para além disso, está levando camadas crescentes de ativistas à conclusão de que a luta contra a ocupação israelense não se dá apenas contra as forças israelenses apoiadas pelo imperialismo estadunidense, mas também contra seus colaboradores árabes como o ditador egípcio al-Sissi, e principalmente contra a Autoridade Palestina.
Sobre esse tema escreve a jovem ativista palestina Linah Al-Saafin em seu artigo “Palestinian Resistance – The Necessity of Three Fronts”. Ela diz que “a Autoridade Palestina mostrou uma vez mais que existe apenas para manter a segurança de Israel. Essa dominação física é acompanhada de uma desastrosa ordem neoliberal utilizada para pacificar e oprimir palestinos que querem viver com dignidade”.
É no calor da luta contra a ocupação que há condições de se forjar uma nova liderança para o movimento nacional palestino. Uma liderança que rejeite a conciliação com o inimigo e unifique o povo palestino na perspectiva de libertação de todas as terras palestinas, do rio ao mar.

Fonte: pstu.org.br

A realidade assustadora e os motivos da seca no sudeste

Por Najar Tubino
Da Carta Maior
Fonte: mst.org.br

A situação é crítica, tanto para o Sistema Cantareira, que abastece a Grande São Paulo e a capital, e recebe água do rio Tietê e do Piracicaba, como também do rio Paraíba do Sul, com um sistema de quatro represas, que abastece o Vale do Paraíba (SP), a região metropolitana do Rio de Janeiro e parte de Minas. 

Juntos os dois sistemas abastecem quase 30 milhões de pessoas. No final de junho o Cantareira estava abaixo de 17% da sua capacidade, o Alto Tietê quase na mesma situação e as quatro represas que formam o sistema no Paraíba do Sul com 23%. 

Paraibunas, a maior delas estava com 18%. Agosto e setembro no Sudeste são meses críticos em termos de chuvas. Coincide ainda com o pico da seca no cerrado, o que acaba formando um bloqueio atmosférico no país. Ou seja, o que está difícil, vai piorar. Quanto mais calor, maior a evaporação.

A Organização Metereológica Mundial prevê a formação do fenômeno El Niño para este ano ainda, o que aumenta o volume de chuvas no sul, mas não muda a situação no Sudeste. Ao contrário, a previsão é de aumentar a temperatura em 2 graus. 

Esta é uma realidade que está na previsão dos pesquisadores do IPCC, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, da qual fazem parte vários pesquisadores brasileiros. Entre eles, José Marengo, do Centro de Pesquisa Metereológica do Brasil (CPTEC), ligado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

Num livro de 2007, ele já citava as dificuldades que o Brasil enfrentaria com o acirramento dos fenômenos El Niño – quando as águas do Oceano Pacífico esquentam na costa da América do Sul – ou La Niña, quando acontece o inverso. Na verdade os fenômenos atingem o Planeta:
 “A mudança de posição das chuvas no Pacífico provoca alterações nas condições climáticas de várias regiões continentais ao redor do mundo, devido a grande quantidade de energia envolvida no processo de formação de chuva. 

Grandes secas na Índia, no Nordeste do Brasil, na Austrália, Indonésia e África podem ser decorrentes do fenômeno, assim como algumas enchentes no Sul,e Sudeste do Brasil, no Peru, Equador e no meio-oeste dos Estados Unidos. Em algumas áreas, observam-se temperaturas mais elevadas que o normal, como é o caso das regiões Central e Sudeste do Brasil, durante a estação de inverno”.

Mudança catastrófica
O mais importante, ele cita o caso do rio Paraíba do Sul, que desde 1920 apresentam uma tendência de vazões negativas, segundo ele, “poderia apresentar um grande impacto na economia do Vale do Paraíba do Sul, pois as principais cidades do Vale utilizam a água deste rio para consumo, irrigação e atividade industrial, qualquer redução devido a alguma mudança do clima seria catastrófica”.
Mais importante, registra Marengo: “a estação chuvosa no período 1920-2000 não apresenta tendência negativa. Assim, é possível que as variações observadas na hidrologia do rio sejam provocadas pelo gerenciamento regional de água e causas relacionadas à atividade humana”.
Parte da água do rio Paraíba do Sul é desviada para o rio Guandu, para a Estação de Tratamento do mesmo nome e que abastece a Grande Rio. Mais impressionante ainda é a proposta do governo de São Paulo, de fazer uma transposição da represa de Jaguari, parte do sistema Paraíba do Sul, para a represa de Atibainha, em Nazaré Paulista, do Sistema Cantareira. A proposta está em análise na Agência Nacional de Águas e na Agência Nacional de Energia Elétrica.
Até setembro haverá uma decisão. A obra estava prevista para 2015 e não conta com a aprovação do governo do Rio de Janeiro. O rio Paraíba do Sul tem administração federal, o que não é o caso do Tietê e do Sistema Cantareira, que também envolve a bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, de responsabilidade da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (SABESP).  
Para encerrar o caso do rio Paraíba do Sul: no final de julho, Juares Domingues, do Comitê das Bacias Hidrográficas do Paraíba do Sul, declarou que se não chovesse em 90 dias a represa de Jaguari estará com apenas 2% da sua capacidade em novembro. 

E o rio Paraíba do Sul poderá ficar com uma vazão abaixo de 10%, algo pior do que ocorreu em novembro de 2003, quando atingiu 14,2%. A outorga, que é o licenciamento que o governo federal concede para exploração de rios e aquíferos, foi renovada pela SABESP em 2004. Entre as metas assumidas naquela data: reduzir a dependência do Sistema Cantareira, criando fontes alternativas; combater as grandes perdas de água e aumentar a coleta e o tratamento de esgoto.

Fuga de água
Ao pedir um novo aumento tarifário em março de 2014 para a Agência Reguladora de SP (ARSEP) a empresa se comprometeu mais uma vez a reduzir as perdas, também conhecidas por fugas d’água. Que de fuga não tem nada, trata-se da velha incompetência em gerir um sistema. 

A meta acertada com a ARSEP em 2013, relativo ao ano de 2012 era diminuir de 32 para 30% as perdas. Para 2014 a ARSEP impôs uma meta de 29%. Nos dois primeiros meses de 2014, as queixas dos consumidores por problemas de vazamento na rede de água da capital aumentaram 89%. 

Há dois a empresa, que tem ações na Bovespa e também na Bolsa de Nova Iorque – é uma companhia mista, onde o governo estadual detém 53% das ações e o resto está nas mãos de acionistas brasileiros e estrangeiros -, obteve um empréstimo da Agência Japonesa de Fomento no valor de US$440 milhões, justamente para reduzir as perdas de água, entre outros objetivos, como trocar hidrômetros e tubulações. 

Aliás, 17% da rede da empresa na capital paulista têm mais de 40 anos e 34% entre 30 e 40 anos. A média brasileira de desperdício de água é de 38,8%. No Japão é 3%.

“Enfrentar de forma organizada”
Entretanto, mesmo enfrentando uma seca desde dezembro de 2013, atualmente captando água do “volume morto”, a empresa mantém a soberba, para não dizer um autoritarismo típico dos conservadores estadunidenses, que sempre negaram a existência de mudanças climáticas no planeta.
“São Paulo preferiu enfrentar de forma organizada a maior estiagem de sua história”, diz a empresa num comunicado público. Primeiro que isso não é verdade, segundo o Instituto de Astronomia e Geofísica, da USP. É a temporada com menos chuva desde 1969, é o 13º ano mais seco desde que as medições começaram em 1934 e o pior desde a criação do Sistema Cantareira, em 1973. 

Os três mais secos em 81 anos foram: 1934, 1941 e 1964. O governo de São Paulo chegou a divulgar o estudo do professor Paulo Nakayama, da Escola Politécnica, da USP, dizendo que a próxima seca deste tipo só ocorreria em 3.378 anos, como se fosse possível fazer tal afirmativa. O próprio professor depois esclareceu que não era para se ater aos números, mas somente a severidade do evento.

Problema é muito mais grave
Só mesmo o autoritarismo conservador, às vésperas de uma eleição, pode querer tapar o sol com a peneira, como diz o ditado popular. Principalmente, se a empresa responsável pelo abastecimento de água distribuiu quase R$5 bilhões em dividendos entre os anos 2004 e 2013. Mas o problema é muito mais grave. 

Como diz o professor Antônio Ruffo, chefe do departamento de recursos hídricos da UNICAMP, não existe nenhuma certeza de que as chuvas voltarão em outubro. Ao contrário, no ano passado choveu na metade de dezembro. Mais: precisaria uma chuva amazônica, em torno de 2000 mm, para repor o Sistema Cantareira, e os outros rios que fazem parte do abastecimento.

“Menos de 10% de capacidade no Sistema Cantareira é alarmante, pois seguimos em período de estiagem. E se em outubro e novembro não chover o esperado”, questiona o professor Marcelo Pompêo, do departamento de Ecologia, da USP.
Situação de anormalidade climática
Seria possível considerar essa possibilidade se estivéssemos numa “normalidade climática”. Porém, esta é uma palavra que precisa ser abolida do dicionário, quando se falar em clima. Vejamos os registros da Organização Metereológica Mundial divulgados no início de 2014, a respeito dos eventos climáticos extremos no planeta.
“São Paulo teve o janeiro mais quente desde 1943. Porto Alegre marcou a maior temperatura dos últimos 71 anos no verão – 40,5ºC, e a sensação térmica no Rio de Janeiro chegou a 57ºC. Janeiro foi o mês mais frio dos Estados Unidos, desde 1994. Por duas vezes algumas regiões foram atingidas pelo vórtice polar, massas de ar que eram circunscritas ao Ártico, que atingiram latitudes mais baixas. 

Nova Iorque registro 38 graus negativos. A Califórnia enfrentou a maior seca em 100 anos, o número de incêndios chegou a 150, contra 24, no ano anterior. Roma teve uma das mais fortes nevascas desde 1980. O Reino Unido, entre dezembro de 2013 e fevereiro de 2014, sofreu inundações em cinco mil propriedades, destruição de ferrovias, e na região do rio Tamisa, em Londres, foi a maior enchente em 67 anos.”

Para completar: em julho de 2014, o Japão enfrentou uma onda de calor que matou 15 idosos em uma semana e outros 8,5 mil foram internados. Moscou, no dia 27 de julho, registrou 36,7 graus, seis acima da média. 

Sem contar o fundamental em toda esta história: as margens dos rios foram destruídas, a urbanização detonou áreas de reservas onde estão localizadas as nascentes dos rios. O avanço da agricultura atingiu grande parte das bacias hidrográficas dos rios mais importantes do país, principalmente no Sul, Sudeste e no Centro-Oeste. 

A ECOA, uma organização social com sede em Campo Grande, divulgou o resultado de um projeto que percorreu os rios pantaneiros durante dois anos. A situação é crítica: assoreamento, alteração dos ciclos hidrológicos, com cheias menores, águas que sobem rápido e fortes, córregos e baías que estão secando. 

As temperaturas têm subido em todas as regiões; aumento de queimadas e maior período de estiagem, para resumir o trabalho que é muito detalhado e envolveu três mil pessoas.